Cada uma de nossas postagens tem um pedacinho de Caroline ou de Natali. Os poemas, crônicas, fotos, reflexões... são todos expressões de nossa vontade de dizer algo para o mundo.


Opinem, comentem, provoquem, instiguem novas opiniões e visões... construam conosco um espaço de expressão!

domingo, 4 de dezembro de 2011

A beleza está na simplicidade


O potencial pra ser grande existe dentro de cada um de nós,
Mas assim como o tempo, a grandeza é algo relativo...

sábado, 26 de novembro de 2011

EROS

Sim, abandonei-te!
Esse lapso de ódio cegou-me de tal modo,
que minha percepção humana esvaiu-se eternamente.
Escravizam-me agora os prazeres fugazes de minha imortalidade.

É vida sem a morte?

Sei que me procuras, sei que acreditas que sou como tu,
mas cá estou, imundo e gracioso.

O que me faz sorrir, óh Psiquê,
o que me faz crer nos deuses,
são os belos olhos que revejo em repouso.

Sinto dor,
vivo. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Anjo da Morte


Eu corro, arrastando as asas que dizem me pertencer
Corro em direção às chamas tremeluzentes, com o coração angustiado, ordenando que eu pare...
Que eu pare de me torturar...
Mas não posso
Não posso deixar uma vida acabar sem tentar salvá-la
Sem tentar salvá-lo...
Mas meu gesto está longe de ser nobre
O que realmente importa é que ele sobreviva
Para que eu possa viver...
Sobreviver...
Eu corro o mais rápido que meu corpo limitado permite
Corro, deixando penas negras para trás
Penas negras com um brilho vermelho venenoso
Mais uma prova de minha impureza...
As chamas espalham-se com uma facilidade terrível
"Porque, vento, ficas em meu caminho ?"
É como se ele me empurrasse para longe do fogo
Para longe dele...
Como se fosse errado salvá-lo
Quando, enfim alcanço as chamas flamejantes, me jogo nelas, como se fossem inofensivas...
O medo de perdê-lo é tão intenso que impede que eu sinta dor
Nada é mais importante que encontrá-lo...
Salvá-lo...
Finalmente o encontro, e o tiro do meio das chamas
Que consumiam aquela casa obscura que o prendia junto ao perigo...
Meu coração se aperta quando vejo...
Quando sinto o quanto ele está ferido...
Eu o aperto contra meu peito, na frágil tentativa que meu coração o salve
Ele abre seu olho menos ferido e me olha com aquele castanho profundo
Um castanho cheio de admiração, fazendo-me engolir um lamento, preso em minha garganta...
Não mereço esse olhar...
Não mereço essa admiração...
Nunca mereci...
E hoje, mereço menos ainda...
Envolto em meus braços, ele adormece em um sono profundo, deixando-me novamente só
Uma lágrima percorre meu rosto, fazendo minha ferida arder...
Curvo-me mantendo-o perto, tentando prolongar esse momento
Sentindo o calor de seu corpo
Enquanto uma dor não física me envolve...

Esse é meu inferno, minha punição...
Ter que levá-lo ao único lugar que não tenho o direito de ficar
E viver minha eternidade, tendo que conviver com essa dor de não poder salvá-lo do destino
Vivendo eternamente, arrastando minhas asas imundas...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Assassinato à Língua Portugesa


Um dia, saindo do trabalho deparei-me com a vitrine de uma loja que continha o seguinte anúncio:












Após alguns dias, tiraram o anúncio e colocaram outro no lugar, mas infelizmente não pude registrar esse. Nesse novo anúncio estava escrito:

"precisa de costureira"

É bom saber que arrumaram o erro.

Agora passou de um assassinato para uma leve agressão.

sábado, 1 de outubro de 2011

Psiquê

Procuro, em meio à multidão, teus braços...
Vejo pêndulos de relógios que nunca interrompem seu ritmo contínuo e temporal. 

Procuro, em meio à multidão, tua voz...
É impossível ouvi-la junto a estes sons monótonos e insípidos.

Procuro, em meio à multidão, teus olhos...
Quanta ingenuidade! A indiferença reinante não admite análise tão profunda.

Como lhe encontrarei, amado?
Se me perco na multidão,
no vazio que é a multidão,
e na multidão que se fez em mim mesma? 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Meu lindo jardim da inocência

O ar à minha volta era agradável e cálido
As folhas verdes faziam cócegas em meus pés descalços
Borboletas bonitas voavam elegantemente
Saboreando as flores mais belas que já vi
Havia muitas flores, de diversas cores e tiversos tipos cujos nomes não me lembrava
E pouco me importava em lembrar
Aqui, detalhes como nomes e "espécies" não são importantes
Uma pequenina joaninha passava delicadamente por meus dedos
Pássaros cantavam, formando juntos uma doce e agradável melodia
Assim era meu jardim, com seu perfume tranquilizante
O lugar perfeito onde dinheiro não é o mais importante
Deitei-me na grama fofa, repleto de cores e beleza,
Observando os estranhos formatos instáveis das nuvens
Poderia ficar ali, onde me sentia seguro para sempre...

Um barulho agudo me assusta e me vejo caindo da cama, de volta ao meu quarto
Era meu despertador, devolvendo-me à realidade
Hora de ir ao trabalho
Onde a beleza de uma flor não tem importância alguma
E o dinheiro é o grande deus que as pessoas veneram

terça-feira, 12 de julho de 2011

Noite Fria

Seus olhos me diziam tudo o que sempre desejei ouvir.
Seus braços me envolviam
de uma maneira aconchegante, morna, protegendo-me do ar gélido que entrava pela janela aberta.
Seu rosto estava tão próximo que
podia sentir seu hálito quente sobre minha boca.
Seus dedos sobre meu cabelo molhado segurando minha nuca, gentilmente.
Sim, tudo estava perfeitamente bem.
Mas agora era apenas minhas mãos segurando o vento.
A mesma janela, agora fechada, expulsando o frio que insistia em entrar.
Meu corpo trêmulo, contendo a dor causada pelo frio cortante.
O mesmo cenário, mas diferente.
Mais... Mais vazio.
Meu peito sangrava com o enorme buraco que havia ali.
Onde estará meu coração agora ?

domingo, 29 de maio de 2011

Sonho Eterno

Seus olhos, negros como a meia noite,
Olhavam-me como se me convidassem a me aproximar
Seu sorriso, sedutor
Chamava meu nome suavemente

Lentamente, aproximou-Se
Gentilmente, tocou meu rosto com Sua mão
Sua face estava tão próxima
O sol, tão glorioso e belo parecia sorrir para nós

Seus doces lábios tocaram delicadamente os meus
Suas mãos em minha cintura,
Como se me impedisse de fugir dali
De fugir de meu "para sempre" com que tanto sonhara

Seu cheiro doce me embriagava
Meu maior desejo era que aquele momento congelasse
E nunca cessasse

Suspirei devagar com um sorriso satisfeito
Jamais sentira-me tão bem assim

Suas mãos tornaram-se firmes e agressivas
Suas garras cravaram em minha carne, sugando minha alma

Suas mãos soltaram-me e desmoronei ao chão
Como uma boneca.
Sentia-me vazia, oca
Não poderia mover-me, sentia-me fraca
Era como se dali a alguns minutos fosse me desfazer
Misturando-me ao ar gelado que me envolvia

Sob a fraca luz de uma lua pálida
Fui obrigada a ver meu amor afastar-Se lentamente em direção às trevas
Tentei alcançá-lO
Mas meu corpo não obedecia
Eu sabia que estava morrendo
Nenhum mortal sobrevive sem sua alma para lhe preencher

Enquanto esperava meu breve "para sempre" chegar a seu fim
Observei minha alma afastar-se
E não pude deixar de pensar uma última vez:
"Ele é tão lindo"

Quando um humano está apaixonado
Vê apenas o que se permite enxergar

(sem título)

A cidade mostra sua vida. Cores, luzes, tráfego intenso. As bolinhas coloridas passam agilmente de mão em mão. Mãos pequenas e calejadas de quem aprendeu desde cedo que o mundo não é igual pra todos.
 Sim, ele via nos carros outros meninos de sua idade, brigando para andar na janela e apontando para ele:
- Olha papai, ele não deixa nunca as bolinhas caírem no chão!
Realmente, ele sustentava as bolinhas no ar com maestria. Pulava, cantava, e no final de seu espetáculo de um minuto, pedia moedas para os motoristas que, enterrados em seu mundo de caos e preocupação, sequer notavam a expressão de glória no rosto do menino esfarrapado.
Quando o sinal abria e os carros partiam, esperava pacientemente sentado na calçada a hora de recomeçar. Tinha que trabalhar para ganhar sua vida do modo que aprendeu desde cedo com seus amigos.
Mais um menino da rua, sem história nem rosto. Conformado com seu destino, condicionado a viver desprotegido, num mundo no qual os olhos se fecham para a dor.

Olhamos uns para os outros, e não vemos nada além do que tem forma.
E assim, de olhos fechados, caminhamos...

domingo, 17 de abril de 2011

Espelhos

refletir              
ritelfer!                                     // Refletir


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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Últimos momentos do silêncio

Sua mão era fria, em contraste com minhas mãos quentes.

Seus olhos fechados demonstravam uma intensa dor que por muito tempo havia sido ocultada.

Sua pele era pálida, de aparência frágil.

Seus cabelos longos e negros faziam-na parecer uma boneca de porcelana.

O sofrimento estava explícito em sua face, mas ainda assim, ela era linda...

Seus olhos se abriram lentamente e encontraram os meus.

Sua mão apertou fracamente as minhas.

Seus olhos cinzentos e profundos, sempre opacos, tornaram-se brilhantes,

Enquanto os cantos de seus delicados lábios moveram-se em um pequeno sorriso cansado.

Seus olhos fecharam-se novamente e muito lentamente.

Do outro lado da margem, havia um anjo de asas negras curvadas observando.

Continuei olhando para a doce face de Hellena.

Uma suave brisa levantou levemente seus belos cabelos e seu vestido manchado.

Mais um ultimo bater de asas de um anjo.

Seu rosto agora estava sereno e suave.

Tudo o que se podia ouvir era o som da água.

Uma pena branca como a neve surgiu, caindo em minhas mãos vazias.