Cada uma de nossas postagens tem um pedacinho de Caroline ou de Natali. Os poemas, crônicas, fotos, reflexões... são todos expressões de nossa vontade de dizer algo para o mundo.


Opinem, comentem, provoquem, instiguem novas opiniões e visões... construam conosco um espaço de expressão!

domingo, 14 de abril de 2013

saci pererê

a terra 
vermelha 
no céu
na cara
no olho
na boca
no corpo

pulando
sambando
congando
frevando

desapego
dessossego
despojo

e lá se vai o redemoinho

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Voo


Era um dia chuvoso e frio
As ondas enfrentavam bruscamente a frente da superfície rochosa
Acima do nível do mar com longos cabelos prateados que se agitavam
Sob um corpo fragilmente magro
Via-se uma figura delicada
Com as mãos sobre o peito.
Parecia esperar algo
Algo que jamais chegaria
Ou voltaria...

O sopro gélido de inverno acariciava o rosto pálido de Lúcia
Seus belos olhos cinzentos como as nuvens que a cercavam estavam fixos nas ondas
No mar que tantas vidas já roubou
Gotas quentes de chuva molharam os belos olhos da mulher
Seus braços abriram-se como se recebesse com prazer o vento que parecia mais intenso
Seus pés descalços deslizaram sobre a superfície rochosa lentamente
Com um estranho sorriso no rosto, aquela mulher inclinou-se para a frente
O vento parecia carregá-la, como se fosse uma pena
Sua longa camisola branca abrindo-se como grandes asas

Mais uma vida perdida nas ondas...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fim de tarde


A cesta foi deixada para trás,
contém iguarias que já não saciam a fome.
Ficam nela os
antigos medos, as
antigas certezas.

Alimentamo-nos agora de utopias.
Carregamos só o que nos dá beleza e glória:
Brasões e tecidos finos.

Avivadas pelo pôr-do-sol, nossas vestes cintilam em vermelho-dourado
Caminhamos juntos, hipnotizados pelo horizonte que queremos abraçar,

por mais que caminhemos o
cenário bucólico não se desfaz
nossas almas não encontram o firmamento.

Travamos batalhas intensas e pagãs, com
espada, armadura e escudo.
Mas a noite
fria e atroz
se apressa em desarmar os imprudentes,

não vemos mais o que queremos ver
a lua mostra dois caminhos em vez de um,
e por ele
por eles,
sigo.

domingo, 9 de setembro de 2012

Oscilações


Vamos festejar!
Pra que se entristecer?
Tantas coisas belas a admirar
Há tantos caminhos a conhecer...

Vamos chorar
E lamentar a libertação de nossas dependências
O desgarrar de nossos vícios
A perda de uma paixão

Vamos festejar!
Admirar novamente as cores das borboletas
Sorrir para um sol de todo dia
De um modo novo, como se brilhasse em uma cor diferente

E vamos chorar novamente
E festejar novamente
E chorar novamente
E nos apaixonar novamente...