Com minhas mãos posso tocar o céu
Em meio à imensidão obscura
As várias e pequeninas estrelas me aquecem
Lua, tão bela e pálida; fria
Posso abraçá-la
E ela não se sentirá mais tão só
Borboletas negras cercam-me enquanto flutuo
Elas não sabem o que faço aqui
Não sabem o que fazer sem seu jardim de rosas
Vermelhas como sangue com espinhos venenosos
Nuvens roxas cobrem o ar
E escondem um arco-íris de cristal
Ele chora lágrimas de prata
Que caem sobre os inocentes punindo-os pelo desejo de pecar
Uma mulher com uma criança pequena no colo, reza
Ela olha-me com um olhar triste
Enquanto seu passado a consome
Ela vira o rosto e continua a rezar exaustivamente
A criança, segurando um terço quebrado me vê e sorri
Posso destruir o resto do mundo com um simples sopro
Ou saciar minha sede com apenas uma gota
Tenho tudo... mas não possuo nada
Sou totalmente livre... ainda assim limitado
Olho minhas mãos e elas sangram
Minha carne em decomposição mostra como sou imperfeito
Acho que acabou meu tempo aqui...